A Questão Irlandesa
A ilha da Irlanda foi dominada pela Inglaterra no século XII e, desde então, começou a receber grande quantidade de imigrantes ingleses e escoceses. Em 1800, a Irlanda passou a pertencer ao Reino Unido, por decreto do rei da Inglaterra na época, dando início à organização da luta pela independência.
Mas foi no início do século XX que os conflitos entre Irlanda e Inglaterra ganharam maiores proporções com a criação do Sinn Fein, partido político representante do separatismo irlandês, e do Exército Republicano Irlandês ( IRA), que organizou a luta armada contra o domínio britânico.
Os conflitos obrigaram o Reino Unido a realizar uma consulta popular na Irlanda sobre a independência. As províncias do Sul, de maioria católica e de população de origem irlandesa, votaram pela separação do Reino Unido; as províncias do Norte (Ulster), de maioria protestante e de população de origem inglesa, posicionaram-se contra essa separação.
Em 1921, assinou-se tratado pelo qual as províncias do Sul poderiam formar um Estado independente. Esse processo de independência encerrou-se somente em 1937, quando foi instituída a constituição do novo país, denominado República do Eire. O Reino Unido reconheceria essa independência apenas em 1949. Em relação à independência das província do Norte, o Reino Unido até hoje mantém-se intransigente em concedê-la.
A ação do IRA tornou-se mais intensa na segunda metade do século XX, através da realização de atentados terroristas, os quais visavam, inicialmente, atingir as autoridades e instituições britânicas, mas, num segundo momento, estendeu suas ações a toda população civil protestante. A reação do britânicos contra os irlandeses foi igualmente violenta, intensificando o conflito nas províncias do Norte.
Depois de anos de luta armada, os dois lados do conflito entraram em negociação e, em 1999, assinaram um acordo de paz que determinou a deposição das armas pelo IRA e a instalação de um governo compartilhado entre católicos e protestantes.
A Irlanda do Norte permaneceu ligada ao Reino Unido, mas o acordo admite a separação futura caso a população, em sua maioria, tome esta decisão.
Nem todos os irlandeses são favoráveis a este acordo de paz. A violência de ambas as partes, tanto dos católicos separatistas como dos protestantes unionistas, tem alimentado, por décadas, o ódio entre esses dois grupos. Por essa razão, muitos acreditam que novos conflitos poderão ressurgir a qualquer momento.